Mais de mil pessoas foram vítimas de crimes cibernéticos, no Amazonas em 2019

Perfil de usuário é clonado e induz vítima a fazer transferência bancária. 
Tarine Nery - redação portalfalcon.com
Publicado em 17 de junho de 2020 
Foto: Reprodução - Internet
Com a sociedade cada vez mais conectada por meio da internet, os crimes digitais estão em pauta diariamente. A facilidade de anonimato nas redes sociais possibilita que vários internautas se beneficiam da oportunidade para publicar conteúdos ofensivos e de cunho racista para milhares de pessoas, sendo famosas ou não. Os anônimos aproveitam para roubar senhas, invadir páginas e clonar aplicativos de conversa, e assim mais cidadãos estão sujeitos aos crimes cibernéticos.

No Amazonas, mais de 1,6 pessoas foram vítimas de crimes cibernéticos em 2019, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-AM). Difamação, ameaça, injúria, invasão de dispositivo e identidade falsa são considerados crimes cibernéticos. “Para se configurar crime cibernético, o fato precisa ter acontecido em âmbito digital, pela internet seja direto ou indiretamente”, diz a advogada Elice Caldas.

Ainda segundo dados da SSP - AM, as denuncias registradas em delegacias apontam que a interação simultânea em Facebook, Instagram e Whatsapp aumenta a facilidade de ações criminosas. Caldas orienta que uma das formas de evitar ser vítima de crimes cibernéticos é não compartilhar dados com desconhecidos, não clicar em links suspeitos e usar as redes sociais em modo privado. “As vítimas antes de irem até a delegacia, devem tirar prints das ofensas, injúrias, etc. Elas devem pegar todas as provas possíveis desse tipo de crime”, recomenda a advogada.
 
Vítimas relatam crimes cibernéticos

No dia 12 de fevereiro deste ano, o motorista de aplicativo Ronaldo Martins, 22 anos, percebeu que havia caído em um golpe ao receber a ligação de um amigo e ser questionado se estava pedindo dinheiro. “Tive meu Whatsapp clonado através de uma conversa com um amigo, suposto amigo, mas na verdade era um hacker que pediu dinheiro emprestado e como disse que não tinha, pediu para que eu aceitasse um código que ajudaria ele em uma transferência. Na mesma hora que aceitei esse código, perdi o acesso total das minhas conversas. Em seguida, foram enviadas mensagens para os meus amigos e familiares, pedindo dinheiro e se passando por mim”, recorda o motorista.

Uma jovem de 24 anos que preferiu não ser identificada, conta que junto com sua filha foi vítima de racismo e constrangimento nas redes sociais, em julho do ano passado. “Desde o início da minha gravidez, comecei a postar nas redes sociais e, quando a minha filha nasceu, não foi diferente. Com o tempo, começaram a me ofender e ofender a minha filha que é apenas um bebê, chamando de macaca, cabelo de bombril entre outras coisas horríveis. Deixei passar a primeira vez e bloqueie essa pessoa, mas ela criou um outro perfil só para ofender a minha filha, então tirei print de todas as ofensas e denunciei na delegacia”, relata a jovem.