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Home office deixa brasileiros mais estressados com o trabalho, diz estudo do Linkedin

68% dos entrevistados fazem, ao menos, uma hora extra por dia em casa.
Raifran Monteiro - redação portalfalcon.com
Publicado em 17 de junho de 2020
Foto: Reprodução/ Freepik
Em meio a pandemia trabalhar em home office passou a fazer parte da realidade de muitas pessoas, a medida exigiu adaptação emergencial que, em muitos casos, os recursos adotados não contemplam a saúde mental. Uma pesquisa realizada em abril deste ano pelo Linkedin, com 2 mil profissionais, mostra que cerca de 62% dos entrevistados que estão trabalhando em casa aparentam estar mais ansiosos e estressados com o trabalho.

A pesquisa mostra que 39% dos entrevistados se sentem solitários, 30% deles afirmam que estão mais estressados pela ausência de interatividade e descontração no trabalho e já 20% se sentem inseguros por não saberem o que está acontecendo com os colegas. Com a chegada da quarentena, não é só a saúde mental que está sendo afetada. 43% dos entrevistados relataram que estão se exercitando menos e 33% tiveram o sono afetado. “A preocupação com a saúde mental atinge dois grupos, tanto os profissionais que estão em isolamento, quanto os que estão nas operações que não podem parar. O importante é construir canais para dar vazão ao estresse dessa situação”, afirma a psicóloga Giovanna Cristina Silva.

Hora extra

Com o isolamento social e a dificuldade na adaptação do home office, boa parte dos trabalhadores passou a fazer mais horas extras e está trabalhando bem mais. A pesquisa aponta ainda que, 68% dos profissionais brasileiros tem trabalhado pelo menos uma hora a mais por dia, e os 21% chegam a trabalhar até quatro horas a mais por dia. “O nível de trabalho da saída do presencial para o home office aumentou para a adequação das demandas para o online, passando a exigir mais tempo e tem sido mais desgastante para algumas pessoas, por isso o nível de ansiedade e estresse tem sido mais presente na vida dos trabalhadores”, afirma a psicóloga. 

O auxiliar administrativo, Raimundo Asafe, 28 anos, relata que a rotina de trabalho tem sido bem estressante e a demanda de serviços triplicou. “Apesar de ser uma medida urgente, esse período de isolamento é importante, as dificuldades para estabelecer uma nova rotina ainda estão muito presentes. Esse período de adaptação tem sido extremamente estressante, fora as demandas do trabalho que triplicaram. É mais difícil conciliar o trabalho com a família, em casa as atividades ficam todas misturadas”, conta Asafe.

Outra situação relacionada ao home office é a dificuldade em conciliar o trabalho com os deveres de casa. De acordo com a pesquisa, 34% dos entrevistados relatam que se distraem com mais facilidade ouvindo músicas ou assistindo notícias sobre o vírus, os outros 20% têm dificuldade para organizar o tempo com o trabalho e com o cuidado com os filhos.

O isolamento afeta quase 4,5 bilhões de pessoas no planeta e vem preocupando profissionais da saúde mental. Para especialistas da área de psicologia, psicanálise e psiquiatria, os cidadãos devem se resguardar o máximo possível de notícias ruins para preservar o psicológico e controlar o estresse e ansiedade. “Os trabalhadores precisam procurar organizar melhor seu tempo, tirar um tempo para o descanso e para as atividades de casa e do trabalho”, orienta a psicóloga.

Silva finaliza alertando que as empresas devem oferecer auxílio para minimizar os impactos da pandemia na saúde mental dos funcionários e reforçar os canais de comunicação internos, além de promover pesquisas constantes para acompanhar mais de perto os colaboradores.
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