Crescem os golpes virtuais no Amazonas

Por: Karina Ramos

 

Devido a pandemia do novo coronavírus a população precisou cumprir isolamento social e se manter mais tempo em casa. Por isso, a utilização da internet para busca de informações ou serviços cresceu bastante, com destaque para as transações financeiras como consultas e pagamentos que registrou aumento de quase 70% no em relação ao ano anterior, de acordo com o Painel TIC COVID-19, pesquisa realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação – CETIC. Essa ampliação do número de usuários da internet levou a uma alta acentuada na prática de crimes virtuais.

No Amazonas, somente nos dois primeiros meses do ano de 2021 houve um aumento de 241% no registro de boletins de ocorrência relacionados a invasão de dispositivos de informática em comparação com o mesmo período do ano passado, conforme apontam dados da Delegacia Especializada em Repressão a Crimes Cibernéticos (DERCC), da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), a maior parte está relacionada com golpes virtuais através de clonagem de aplicativos de mensagem.

A dentista, Raphaela Alencar  foi vítima desse crime por duas vezes. Na primeira ocasião, os bandidos criaram uma outra conta com os dados do número comercial da clínica dela.

Raphaela Alencar – Dentista

A quadrilha pegou o meu contato via whatsapp (...), pegou a minha foto e tentou se passar por mim criando um novo whatsapp com outro número, e infelizmente um amigo meu, que já trabalhamos juntos, caiu no golpe, transferiu dinheiro, porque ele abordou de uma maneira diferente, mais específica, usando o senso de urgência, de que estava precisando pagar um fornecedor lá do consultório", contou.

Ela nos relatou ainda, que dá segunda vez, de fato chegaram a roubar e clonar o seu aplicativo de mensagem. Os criminosos se passaram por assessores de marketing de uma empresa fornecedora de materiais ortodônticos, e ofereceram um credenciamento para uma live com o importante profissional da área através de uma plataforma de videoconferência.

Finalizou ao dizer que: “Foi bem real, foi bem específico, e parecia realmente que era a empresa tentando me vender. Só que aí quando ele me enviou o e-mail com o link do zoom, eu confirmei alguns dados da sala de credenciamento, foi quando eu caí, que eu percebi que o meu celular tinha sido clonado, porque eu recebi imediatamente o e-mail do WhatsApp em inglês, falando que estavam tentando resetar a minha proteção em dois fatores. Eu tive meu aplicativo bloqueado e ele saiu pedindo dinheiro de muita gente, muitas pessoas me ligaram e ninguém transferiu dinheiro.”


Danielle Figueiredo – Professor e Cientista da Computação

Dica para não cair no golpe virtual: O Professor e Cientista da Computação Danielle Figueiredo, orienta como podemos nos proteger desse tipo de infração ao dizer: 


"O usuário, ele clica em qualquer lugar, ele clica em qualquer arquivo, e não tem que fazer isso. Tem que saber da procedência desses arquivos. Ele verifica no site o cadeadinho, se o cadeadinho tiver verde, tiver ativo, o site é seguro. Se for um amigo que enviou, ligue para o amigo. Dessa forma, se você tiver um mínimo de precaução, você estará evitando muito transtorno."


Registro do B.O: A Delegacia Especializada em Crimes Cibernéticos orienta que as pessoas que forem vítimas desse tipo de delito reúnam provas e registrem boletim de ocorrência, que pode ser gerado através da internet, no site da Delegacia interativa: www.delegaciainterativa.am.gov.br


Redação: Karina Ramos

Supervisão e Edição: Macri Colombo