O impacto psicológico das aulas remotas

Karina Ramos - Redação PortalFalcon.com

Por: Karina Ramos

Com mais de 15 milhões de pessoas infectadas e mais de 400 mil óbitos, o Brasil enfrenta a 2ª onda do CoronaVírus como apontam dados do Ministério da saúde. A vacinação ainda está bem abaixo do esperado, com apenas 8% da população imunizada com as duas doses contra a COVID-19. No Amazonas, o decreto estadual que restringe a circulação de pessoas, permite o retorno das aulas presenciais apenas para alunos matriculados nos dois últimos anos dos cursos de graduação. Por isso, a maior parte dos universitários ainda precisa acompanhar as aulas através da internet. Segundo a Pesquisa TIC COVID-19 realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, 71% dos usuários de internet que frequentam escola ou universidade estudaram remotamente durante a pandemia por meio de site, rede social ou aplicativo de videoconferência.

Esse é o caso da Marina Avila, 23 anos, que já é formada em administração e resolveu encarar o desafio de se matricular no curso de direito de uma faculdade particular em 2021:Parágrafo Novo

“A minha experiência com as aulas remotas tem sido algo inovador, uma vez que eu estava acostumada com a sala de aula, com os colegas ao meu redor, o professor, e eu senti falta disso, uma vez que as câmeras ficam desligadas, o áudio só é ligado quando necessário, quando você tem algum comentário para fazer”.

 

Marina nos conta ainda, que o esforço dos professores na preparação das aulas tem sido fundamental para que ela consiga ter um bom aproveitamento escolar: “Os professores fazem com que as aulas sejam dinâmicas, com que o conteúdo apresentado possa ser compreendido pelos alunos”.

 

Da sala de aula para a tela do computador ou do telefone celular. O novo Coronavírus provocou uma transformação repentina em nossa forma de estudar, o que pode ocasionar uma série de problemas psíquicos, conforme explica a psicóloga, psicodramatista e professora de ensino superior Suky Ramalho:

Suky Ramalho - Psicóloga, Psicodramatista e professora de ensino superior.

 

 “Essas mudanças, associadas à um cenário de incerteza e medo pela ameaça da ruptura do fluir da vida provocaram um intenso estresse desencadeando um quadro de sofrimento psíquico manifestado por meio de ansiedade, irritabilidade, desatenção, na maioria das vezes acompanhado de uma estafa física e mental, acarretando sérios agravos à saúde (...) Às vezes os estudantes por não conseguirem se concentrar ao estudar em casa ou se desligar das possibilidades externas que o ambiente familiar proporciona, perdem o foco nas aulas, prejudicando o aprendizado e o desempenho acadêmico.”

 

Mas existem maneiras de minimizar o impacto psicológico, conforme detalha a especialista:

“É preciso encontrar um ponto de equilíbrio para lidar com a situação e os contextos familiares distintos estabelecendo uma rotina funcional e viável, como por exemplo um bom planejamento, definindo quais são as tarefas que devem ser realizadas no dia visto que as aulas on-line requerem autodisciplina. Alternar momentos de estudo, de convivência familiar e de relaxamento, é igualmente importante para assegurar a estabilidade emocional e o equilíbrio psicológico. Outra possibilidade é praticar técnicas de respiração e alongamento, antes de iniciar as tarefas escolares.”

Redação: Karina Ramos

Supervisão e Edição: Macri Colombo